A Imaculada Conceição

A fim de que o Verbo eterno habitasse entre nós, fazendo-se homem, Deus preparou para seu Filho uma morada digna. Esta nova morada é a Virgem, aquela «cheia de graça» (Lc 1, 28); isto é, a criatura totalmente amada por Deus, pois seu coração e sua vida estão totalmente abertos a Ele. A casa de Deus com os homens é assim inaugurada. Maria é o Israel santo, que diz «sim» ao Senhor e assim se torna as primícias da Igreja e o antegozo, aqui na terra, da morada definitiva no céu. Deus vence, com seu amor insistente, a desobediência de Adão e Eva, o peso do pecado, a tentativa absurda de exilá-lo, Deus, do mundo dos homens.

Por Guillermo Juan Morado. 

O Senhor edifica a sua casa preservando Maria de todo o pecado, para mostrar que «onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5, 20). Deste modo, o desígnio criador de Deus mostra-se em toda a sua beleza: «O mistério da concepção de Maria evoca a primeira página da história humana, indicando-nos que, no desígnio divino da criação, o homem teria a pureza e a beleza da Imaculada Conceição», ensina Bento XVI. Não é rebelando-se contra Deus que o homem se encontra. Pelo contrário, é abrindo-se a Ele, voltando a Ele, que ela descobre a sua dignidade e a sua vocação originária de pessoa criada à sua imagem e semelhança.

Na Carta aos Efésios, São Paulo faz eco do desígnio da salvação: Deus escolheu-nos em Cristo «antes de criar o mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante d'Ele por amor» (Ef 1, 4). Na Virgem, desde o primeiro momento da sua imaculada conceição, só há acolhimento e acolhimento desta vontade divina. Nela, em verdade, tudo é feito de acordo com a palavra de Deus, sem qualquer impedimento ou interferência.

A Virgem Imaculada é, para todos nós, um sinal de esperança. Deus venceu o diabo e o mal nela. Ele também quer triunfar sobre nós sobre esses inimigos e, se nos abrirmos à sua graça, poderemos chegar a Ele purificados de todos os nossos pecados. Maria «é a Mãe Imaculada que repete também aos homens do nosso tempo: não tenhais medo, Jesus venceu o mal; derrotou-o pela raiz, libertando-nos do seu domínio» (Bento XVI).

Devemos deixar que o Senhor entre nas nossas almas para nos tornar puros, sem duplicidade, sem hipocrisia, capazes de amar com amor verdadeiro e de olhar para os outros com o olhar puro de Deus. O Papa Bento XVI ensinou, contra todo moralismo, contra toda pretensão de pensar que somos nós que criamos o que é bom, que a pureza é um evento dialógico:

"Começa com o fato de que Ele [Jesus Cristo] vem ao nosso encontro – Aquele que é Verdade e Amor – nos pega pela mão, penetra com o nosso ser. Na medida em que nos deixamos tocar por Ele, que o encontro se torna amizade e amor, tornamo-nos nós mesmos, a partir da sua pureza, pessoas puras e depois pessoas que amam com o seu amor, pessoas que introduzem também os outros na sua pureza e amor".

Maria, a Puríssima Mãe de Jesus, reflete de forma cristalina a pureza de Deus. Pedimos-lhe que nos aceite na sua companhia, que nos escute, que nos proteja e que nos introduza maternalmente na pureza e no amor de Deus. (Fonte: INFOCATOLICA)

Apesar da crise mundial, guerras, Vaticano em decadência moral e financeira e muitos outros males, há para o católico tradicional motivo de alegria. Quanto as crises todas, são presságios dos fins dos tempos, mas nada significam diante de quem vive em estado de graça na esperança do dia do Senhor. Assim, fiquemos alegres, comemoremos as coisas de Deus. Que melhor que os preparativos para o Natal e a alegria de comemorar a Santa Virgem Maria em seu dogma da Imaculada Conceição? (Vida e Fé Católica)