A praça meio vazia pela alma de Francisco

23/04/2025

A imagem fala por si. Algumas fileiras de fiéis, presos no centro da Praça de São Pedro, 

Por Jaime Gurpegui

participaram hoje do rosário para a alma do Papa Francisco. Nenhuma multidão espontânea, nenhum fiel quebrando laços policiais, sem cânticos animados. Apenas alguns grupos organizados, um punhado de turistas sem noção e muito, muito cimento vazio.

Pode parecer um pequeno detalhe, uma simples anedota logística-climatológica. Mas não. É um sinal dos tempos. Francisco, que tantas vezes preferiu a ovação do mundo aos aplausos do céu, acabou colhendo a indiferença de ambos. Porque quando você semear ventos - de ambiguidade doutrinária, de desprezo pela tradição, de fácil aplauso em fóruns globalistas - você reúne tempestades. Ou, neste caso, a solidão.

Destino curioso para aqueles que zombaram repetidamente dos contadores de rosários, como se a simples fidelidade das pessoas crentes fosse uma superstição irritante ou um costume farisaico. Hoje, aqueles mesmos a quem ele caricaturizou com desprezo foram os poucos que seguravam as contas com os dedos entorpecidos, orando por sua alma em um quadrado vazio. Porque aqueles que contam os rosários também sabem como contar as ausências. E isto foi clamoroso.

Aquele que insistiu tanto em não fazer proslytização, não ter cabeças ou medir a eficácia pastoral em termos numéricos, certamente não teria desejado que essa contagem fosse feita. Mas o contraste com outros pontífices recentes é, para dizer o mínimo, esmagador. A Praça de São Pedro chorou João Paulo II com um grito que abalou os mais céticos. Ele chorou a Bento XVI com gratidão silenciosa. Hoje, por outro lado, apenas o eco dos alto-falantes devolveu as ladainhas que pareciam estar perdidas no céu romano.

Isto não é uma zombaria. É um lamento. Um Papa é sempre o Vigário de Cristo. Mas quando o Vigário se borre, quando ele deixa de lembrar o Senhor e o Senhor que representa, então até mesmo o povo simples, aquele que cheira a ovelha e o sensus fidei, se distancia com uma mistura de dor, perplexidade e modesta tristeza.

Alguns dirão que é muito cedo para julgar. Que temos de esperar. Que a história vai colocar tudo no lugar. Está bem. Está bem. Vamos esperar. Mas, por enquanto, hoje, o julgamento silencioso dos fiéis tem sido tão claro quanto o céu crepúsculo que cobre Roma: o povo católico não sentiu que um pai tenha saído. Apenas um parêntese foi fechado. (Fonte: INFOVATICANA)

Sempre se supôs que o estudo do passado histórico, especialmente dos erros que os frutos da árvore mostram, deve servir para aprender com a própria história e causar um espírito de emenda. No entanto, parece que se aplicarmos esta regra objetiva à Igreja Católica e, especificamente, à revisão histórica do Concílio Vaticano II até o presente, ao...