Alegria! Razão? Que Cristo está vindo... Liturgia do Advento!

03/12/2024

A consideração e o convite à alegria são constantes em toda a liturgia do Advento; orienta-nos, assim, para o reconhecimento daquilo que é a alegria profunda e sentida, que não é senão a alegria de descobrir o Senhor e, sabendo que Ele vem, torna-se a alegria sustentada de quem espera Aquele que é mais amado. A esperança derrota a tristeza, a apatia e a decadência e gera uma alegria serena que transbordará à medida que chega ao fim e realiza seu desejo. Afinal, o Advento reeduca a nossa alegria, orienta-a para o que é verdadeiro, purifica-a das pequenas alegrias falsas, materiais, aparentes, imanentes, que acabam por desiludir.

Por Javier Sánchez Martínez

Um passeio pela eucologia romana do Advento nos oferecerá a perspectiva teológica e espiritual da alegria. Certamente este caminho não pode deixar-nos indiferentes, mas provocará um eco (isto é, catequese: eco, ressonância) para a vida católica.

As antífonas que iluminam o canto dos Salmos no Ofício Divino são tingidas de jubilosa esperança: "Alegra-te e alegra-te, ó filha de Jerusalém: olha para o teu Rei que vem; não temas, Sião, a tua salvação está próxima" (Ant. 2, op. Lect., Domingo I); é até uma alegria "cósmica", porque toda a criação participa da alegria da vinda de Cristo: "Os montes e os montes gritarão na presença do Senhor, e as árvores da floresta aplaudirão, porque o Senhor vem e reinará para sempre. Aleluia" (Ant. 2, Laude Dom. I), ou ainda: "Que os montes gotejem alegria e os outeiros justiça, porque pelo poder vem o Senhor, a luz do mundo" (ant. 2, II Visp., Dom. III). É uma exortação constante a alegrar-se diante do Senhor, Messias, Rei e Sacerdote: (Ant. 1, I Visp. Dom. I); "Filha de Sião, regozija-te; pula de alegria, ó filha de Jerusalém. Aleluia""Alegrai-vos e regozijai-vos, nova Sião, porque o vosso Rei vem em mansidão para salvar as nossas almas" (Ant. 1, I Visp., Dom. II).

Nas orações da Liturgia das Horas, a alegria é também a situação vital da Igreja e o objeto, por sua vez, de sua súplica (ensinando-nos, por sua vez, a pedi-la, como deve ser a oração de petição). "Estamos felizes pela tua vinda: vem, Senhor Jesus" (orações I Visp. Dom I); "Santo de Deus, em cuja vinda o Precursor saltou de alegria no seio de Isabel, vinde e alegra o mundo com a graça da salvação" (II Visp. Dom. I); "enchei-nos de alegria e paz na nossa fé, para que transbordemos de esperança pelo poder do Espírito Santo" (Laudes Sexta-feira I); "Vós que, através da Igreja, nos anunciais a alegria da vossa vinda, concedei-nos também a nós o desejo de vos receber" (Laudes segunda-feira II); "Dai-nos a graça de nos alegrarmos convosco na glória, porque já neste mundo a nossa fé sincera vos confessa" (Visp. Terça-feira II); «Toda a terra, que se alegra com a vinda do teu Filho, experimente ainda mais a alegria de Te possuir plenamente» (Laudes Quinta-feira II); «Tu, que governas a todos do trono do Pai, faze-nos esperar com alegria a felicidade que esperamos, a tua aparição gloriosa» (Laudes, sábado II).

Da mesma forma, se nos detivermos nas coletas, a alegria cristã (alegria, júbilo) estará presente como uma realidade atual ou como uma súplica diante do precioso Futuro que nos espera: "concede-nos esperar com alegria a glória do nascimento de teu Filho" (Terça-feira II); "fazei com que cheguemos ao Natal, festa da alegria e da salvação, e sejamos capazes de celebrá-la com alegria transbordante" (Domingo III); "fazei-nos alegrar a vinda salvífica de vosso Filho" (quinta-feira III); "Fazei com que, quando Ele voltar em sua glória, no fim dos tempos, possamos nos alegrar em ouvir de seus lábios o convite para possuir o reino eterno" (21 de dezembro).

Juntamente com este tesouro eucarístico – incompleto, para não ser muito longo – as leituras bíblicas; a leitura constante do profeta Isaías no Lecionário da Missa e no Ofício das Leituras, com o seu convite a alegrar-se com o Messias, assim como as breves leituras (ou "capítulos") da Liturgia das Horas, forjam a alma eclesial em plena alegria, cuja raiz é sempre Jesus Cristo que vem; por exemplo, todos os domingos do Advento, nas segundas vésperas, será proclamado: "Alegrai-vos sempre no Senhor; Repito para você, fique feliz ... (Fl 4, 4).

Esta é a alegria cristã, aquela que ninguém pode tirar, e que não se alimenta nem se sustenta no perecível, no efêmero, na materialidade! É a alegria de quem ama e espera Aquele que ama, porque vem, vem e é fiel às suas promessas. Ele não desilude! Com ele, a alegria será transbordante, incontida, exultante.

É necessário examinar nossa alegria, purificá-la, guiá-la, aumentá-la. É a pedagogia, tão sábia, da Igreja em sua liturgia.

(Percebemos o que é a liturgia, a espiritualidade litúrgica, a teologia litúrgica? Viver segundo o seu espírito, extrair as riquezas dos seus textos!)

(Compreendemos também que, em todo o Advento, a coroa de flores abençoada com as suas velas não é o «não existe mais», mas que a liturgia do Advento é mais rica, mais profunda, mais espiritual, mais esperançosa... em seus ritos e orações e orações?) (Fonte: INFOCATOLICA)

Um grupo de fiéis católicos lançou uma campanha na plataforma Change.org para pedir a abolição da prática de receber a comunhão na mão, pedindo ao Papa Francisco que atenda a este pedido que eles consideram fundamental para restaurar o sentido do sagrado na liturgia católica.