Caminho Sinodal abre as portas para abençoar todas as modalidades de parcerias sexuais. A TFP alemã se opõe

15/05/2023

O Caminho Sinodal está levando a Igreja Católica na Alemanha à beira do cisma. Grupelhos de progressistas radicais, tanto no episcopado quanto no laicato, vêm lutando para estabelecer uma igreja nacional e criar fatos consumados.

Por Renato William Murta de Vasconcelos

A TFP alemã alertou, desde o início das discussões do Caminho Sinodal, por meio de seu presidente Mathias von Gersdorff, para os graves erros no campo da doutrina e da moral que poderiam levar partes da Igreja na Alemanha ao cisma e à heresia.

Além de intervir na discussão doutrinária ao longo dos últimos dois anos, a TFP alemã realizou recentemente duas tomadas de posição públicas.

A primeira deu-se em Aachen, no dia 28 de fevereiro último. Duas semanas antes havia circulado nas redes sociais da diocese a exigência de bênçãos para duplas homossexuais, ilustrada com a foto de dois homens se beijando.

Em reparação por esse escândalo, bem como pelo fortalecimento da fé católica e a conversão da Alemanha, voluntários da TFP e fiéis de várias paróquias de Aachen se reuniram diante da catedral para difundir uma nota de protesto dirigida ao bispo local, Dom Dieser, e rezar um terço público.

  • A realização de cerimônias de bênção para parcerias ditas "de vida alternativa" contraria o "Responsum ad dubium" de 22 de fevereiro de 2021, no qual está explicado — com ênfase para duplas do mesmo sexo — que a Igreja não tem autoridade para dar tais bênçãos.
  • A Secretaria de Estado, em sua carta de 21 de julho de 2022 à Conferência Episcopal Alemã, proibiu expressamente qualquer mudança autônoma no magistério e administração eclesiástica.
  • A implementação de cerimônias de bênção contradiz expressamente o controverso Caminho Sinodal. Tal se dá porque o texto básico "Relacionamentos bem-sucedidos", que teologicamente justificaria tais cerimônias, não recebeu a maioria necessária na IV Assembleia Sinodal em setembro de 2022.
  • Dom Georg Bätzing, presidente da conferência episcopal alemã, sempre ressalta que a Alemanha não está no caminho do cisma e não percorre "uma via especial", e que os bispos alemães adeririam às diretrizes e às leis da Igreja. Porém, a implementação de cerimônias de bênçãos de parcerias homossexuais aumenta a suspeita de que tais declarações não passam da tática de protelação, porque em algumas dioceses já estão se dando fatos consumados. Assim, a realização de cerimônias de bênção é uma grave transgressão da fé e da moral católica, constituindo grave agressão à unidade da Igreja.
  • Por estas razões, a TFP alemã pedia a Dom Dieser que fizesse todo o possível para garantir que tais cerimônias de bênção não mais ocorressem em sua diocese e explicasse a todos os seus órgãos relevantes (paróquias, centros pastorais etc.) no quê tais cerimônias de bênção contradizem a Moral e o Magistério católico.

A manifestação da TFP no dia 28 de fevereiro, em frente à catedral de Aachen, levou esquerdistas de todo o naipe a se organizarem prontamente. Incomodados com a presença de tantos jovens voluntários da TFP e de católicos conservadores, grupos ligados aos movimentos LGBT, Antifa, feministas e afins promoveram uma ruidosa "acolhida", que só serviu para demonstrar o que os ativistas infiltrados no Caminho Sinodal Alemão realmente querem introduzir no seio da Santa Igreja: o pecado, o vício e a perversão.

Logo após o terço público, Mathias von Gersdorff, presidente da TFP alemã, pronunciou uma conferência na sede local da Associação Alemã por uma Civilização Cristã (DVCK) sobre o tema:

O Caminho Sinodal Alemão e o Projeto de uma Nova Igreja.

A segunda manifestação pública da TFP alemã ocorreu em Frankfurt, no dia 9 de março, quando os bispos e participantes do "Caminho Sinodal" se reuniram para votar as decisões finais, com ênfase no celibato sacerdotal, no sacerdócio feminino e nas bênçãos para parcerias de "vida alternativa".

Diante do Europa Cap, edifício onde se realizou o encontro, dois grupos bem distintos: de um lado, os católicos conservadores, dos quais faziam parte os voluntários da TFP, a rezarem o terço; de outro, progressistas e ativistas do movimento LGBT.

Lamentavelmente, apesar da discordância de nove bispos, dois terços do episcopado alemão acabaram por aprovar a introdução da "cerimônia de bênção para parceiros, que se amam"…, portanto, para todo tipo de parceria sexual possível.

Na ocasião, foi distribuído um manifesto conclamando os católicos a resistirem a tal resolução, demolidora da moral e da unidade católica, cujo texto é o seguinte:

Santíssima Virgem, S. Bonifácio, S. João Batista, ajudai-nos a lutar pela Igreja e pela Fé católica!

São João Batista foi decapitado por haver increpado a conduta imoral e escandalosa de Herodes. Por isso a ele nos voltamos, no momento mesmo em que repetimos suas palavras aos pastores do rebanho católico que abrem as portas de par em par ao lobo da heresia, do cisma e da imoralidade: Non licet tibi! (Não te é lícito!).

Fazemo-lo não com espírito de revolta, mas de resistência. A mesma atitude que levou Plinio Corrêa de Oliveira, inspirador do nosso movimento, a resistir à política de concessões de setores da Igreja aos regimes comunistas. Nas palavras do famoso pensador católico, a Igreja não é, nunca foi e nunca será um calabouço para consciências retas. Uma autoridade eclesiástica não pode obrigar os fiéis a aceitar o que é obviamente inaceitável.

Nossa resistência, portanto, não é separação, nem rebeldia, nem amargura, nem presunção. Mas ela se dá dentro dos limites da doutrina da Igreja. A essa atitude respeitosa, mas firme, somos levados pelo próprio Direito Canônico, quando prescreve: "Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam, têm o direito e mesmo, por vezes, o dever de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas." (Can. 212, § 3).

Resistimos, pois, e convidamos todos os verdadeiros católicos apostólicos e romanos a fazer o mesmo. Não nos deixemos levar pelo desânimo e pela insegurança diante da revolução interna que ora presenciamos na Igreja. Ela já enfrentou outros ventos e outras tempestades, e saiu ainda mais engrandecida de cada um deles. O Credo, os 10 mandamentos, toda a Bíblia e o Magistério perene da Igreja nos confirmam nesta posição.

Que São Bonifácio nos ajude a ser corajosos em meio à procela. E que a Santíssima Virgem, tão graciosa, maternal e régia, estenda sobre nós o seu manto protetor. (Fonte Agência Boa Imprensa https://www.abim.inf.br ) 

Um novo problema - novo para mim, pelo menos - chamou minha atenção na semana passada. Ele estava trocando e-mails com um estudante universitário de outra instituição que acabara de se converter do protestantismo ao catolicismo. No entanto, ficou claro em nossas trocas que sua conversão resultou apenas de assistir a vídeos no YouTube. Não por causa...

"Esta é uma civilização feia. É uma civilização de barulho, fumaça, fedor e multidões, de pessoas que se contentam em viver entre o pulsar de suas máquinas, a fumaça e os cheiros de suas fábricas, as multidões e desconfortos das cidades das quais orgulhosamente se gabam.
Ralph Borsodi. Esta Civilização Feia (1928)