Como o fiel católico aproveita bem o 'Feriadão' da Semana Santa

06/04/2023

Que bom seria se os cristãos católicos entendessem que a Semana Santa, em especial a Sexta-feira da Paixão e o santo Sábado de Aleluia, seguidos pelo Domingo da Ressurreição, não são apenas mais uma oportunidade para o lazer, nem para reuniões festivas com muita comilança e bebedeira!..

Por Henrique Sebastião

Deveríamos todos saber muito bem que a Sexta-feira Santa não é, de modo algum, um dia para laudos banquetes à base de bacalhoada e bebidas alcoólicas (sobre o grave pecado de se preparar churrascadas nesse dia, nem deveria ser preciso tecer qualquer comentário). Não estamos vivendo agora, simplesmente, mais um "feriadão": para os verdadeiros cristãos, não é assim, nem nunca foi.

Se a mídia secular e materialista entende assim esses dias, paciência. Cada um só pode dar daquilo que possui; trata-se, evidentemente, de uma outra visão, um olhar desprovido de qualquer preocupação com a transcendência. Já para nós, católicos, este é nosso "outono santo", o tempo mais sublime e mais sagrado, que nos foi dado para celebrar a Páscoa definitiva que Deus preparou e consumou, em nosso amado Cristo, Jesus, para toda a humanidade.

Trata-se de preparação para a Páscoa e a Festa da Páscoa! Esperamos para celebrar Jesus que vence a morte e nos dá a prova definitiva de que Deus não desiste de nós. Com a vitória sobre a morte, fruto do pecado, temos garantida a mesma Vitória, se ouvirmos a santa Palavra e nos mantivermos no Caminho e na Comunhão.

A Semana Santa é assim, um período maravilhoso, de graça indescritível e bênçãos de valor espiritual inestimável. Sete dias de profundíssimo recolhimento, oração, meditação, contemplação. Primeiro, jejum, abstinência e penitência; depois, uma indizível e santa alegria!

Mergulhamos fundo no Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Não transformemos, por piedade, não transformemos essas celebrações tão sagradas e tão cheias de inefáveis significados em toscas encenações teatrais dos episódios bíblicos, que no mais das vezes, apesar da boa vontade dos grupos de jovens, acabam por se converter em bizarras comédias! Se o fizermos, estaremos nos expondo ao risco de olhar a Maravilha infinita da nossa Fé como mero acontecimento histórico, distante e sem nenhuma ligação com o aqui-agora das nossas vidas. É aqui, é hoje que acontece a nossa salvação! 

Celebremos, então, a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo com fervor, com piedade, com o sincero desejo de renovação da fé, com pura ânsia de transformar o meio em que estamos inseridos. Deixemos que dentro de nós, em nossos lares, em nossas comunidades, em nossa Igreja, este tão falado Jesus ressuscite e seja Presença viva e transformadora dos corações, das estruturas, mentais, físicas, espirituais. Não somos seguidores do Livro pelo Livro, como não somos adoradores de um Deus morto. O Filho de Deus, que das Alturas veio ser Deus Conosco, continua conosco, dentro de nós e no meio de nós, ressuscitado, na história de nossa vida e na História da humanidade.

Por tudo isso, insistimos, a Semana Santa não é mais um "feriadão". É infinitamente mais. É, sim o grande retiro espiritual do povo de Deus. Entramos com Jesus em Jerusalém, com nossos ramos, no domingo que passou; sentemo-nos com Ele na Ceia da Quinta-feira Santa para receber o preciosíssimo Dom da Eucaristia; contemplemos, na Sexta-feira de sua Paixão, Jesus manso e humilde de coração erguido entre o Céu e a Terra, consumando sua maior prova de Amor por nós; Vigiemos na noite do Sábado Santo, com a celebração da Luz e a recordação da História da Salvação. E na manhã luminosa do Domingo, o Dia do Senhor, com as mulheres e os Apóstolos, constatamos que o sepulcro santo está vazio e que o Senhor verdadeiramente ressuscitou, está vivo entre nós! É quando voltaremos a entoar o Aleluia! (Fonte "O Fiel Católico") Compartilhe!


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Ralph Borsodi. Esta Civilização Feia (1928)