Como passar 2025 em estado de graça?

As dificuldades de 2024 foram muitas para todos os católicos. Mas as de 2025 serão ainda maiores. Assim, cabe uma reflexão sobre o que podemos fazer para enfrentar tantos desafios na fé e vivermos em constante estado de graça.

Para quem ainda não sabe, o estado de graça é a total fuga do pecado, é estar limpo de alguma maneira. Isto ocorre com certeza assim que recebemos a absolvição de nossos pecados, diante de uma confissão bem feita. O problema vem em seguida, assim que saímos do confessionário. O ideal seria mantermos aquele estado de leveza, paz e alegria que a confissão nos trás. Entretanto, como manter este estado em nossa vida diária?

O que mais nos faz cair:

Vamos recordar nossos três grandes inimigos; o mundo o demônio e a carne. O mundo é tudo que nos atrai. Podemos dividir isto em coisas materiais que é tudo que nos cerca e coisas abstratas, aquelas que não podemos tocar mas mesmo assim ambicionamos como por exemplo; posição social, carisma, domínio de situações, aquisição intelectual, etc. Todas estas coisas podemos tê-las, entretanto de forma natural sem o menor cuidado por elas, pois o cuidado excessivo por essas coisas é que são pecados.

Por outro lado, o nosso segundo inimigo, o demônio, fica nos cercando e nos impingindo todas estas coisas fazendo-nos ver que outras pessoas as possui e nós não e que devemos fazer de tudo para obtê-las. Nisto consiste o pecado da ambição material. Para fugir disto, devemos condicionar nossa vontade à vontade de Deus: "Seja feito a sua vontade". A vontade de Deus nem sempre é a nossa e se seguirmos em sentido contrário é desobediência e pecado.

Além de tentar-nos com os bens materiais ou imateriais, o demônio também nos tenta com suas tentações habituais ligadas aos órgãos dos sentidos. Fazendo-nos olhar para o que não devemos olhar, comer coisas saborosas em demasiado, a tentação da gula, pensarmos em coisas ilícitas, cuidados excessivos com nosso corpo não por necessidade mas por vaidade. Usarmos nosso corpo em situações fora de nosso estado de vida.

Eis algumas palavras das quais devemos fugir: ganância, luxo, ambição, inveja, rancor, ódio, preguiça, desonestidade, imoralidade. Para entendermos melhor todas estas situações basta lermos com frequência as cartas de São Paulo, que foi sem dúvida o primeiro a tratar desses assuntos da moral.

Nosso corpo é um grande vilão. Está sempre querendo fugir de seu estado atual. Podemos dividir em três grupos principais; solteiros, casados e religiosos. Para cada um desses grupos o corpo deve ser usado conforme seu estado de vida. Portanto, qualquer deslize é grave pecado.

Remédio infalível:

O remédio incomparável para nossa transformação e para recebermos forças para nos mantermos em estado de graça é a Eucaristia. Enquanto que os alimentos dão vida e força ao nosso corpo, a Eucaristia é o alimento de nossa alma. É ela que nos dá todas as graças. Todos os santos usaram desse meio para poder alcançar a santidade. É algo tão completo, pois é o próprio Deus, que nos cura não somente da alma, mas também nosso corpo sente os efeitos salutares. 

Alguém pode perguntar: "então é difícil demais viver em estado de graça!" É difícil. Jesus não prometeu a porta larga mas sim a porta estreita. Mas devemos lembrar que Deus não nos deixa sermos tentados além de nossas forças. Devemos entender também que se seguirmos fielmente os passos do Senhor através da oração, da frequência dos sacramentos, da Santa Missa e de uma busca incessante pelas coisas de Deus, tudo nos será facilitado.

Quem segue a Deus fielmente e seus mandamentos, recebe tantas graças que nem consegue entender. É desviado de inúmeras ocasiões de tentações, encontra força sobre-humana para dominar o corpo e consegue ver as coisas materiais como passageiras e inúteis. Contenta-se apenas com aquilo que é necessária a sobrevivência e tem seu pensamento na vida eterna e não nesta.

Desafios para 2025

Os católicos estão na maior encruzilhada da história no que se refere à religião. A Igreja está passando por uma reforma pior que a Reforma Protestante do século XVI. Isto porque enquanto que aquela vinha de fora da Igreja, portanto fácil de identificar, esta vem de dentro. A Igreja fica dividida entre aqueles que tem alguma instrução e entendem o que está acontecendo e portanto já tomam uma atitude em defesa da verdadeira fé tradicional e aqueles (grande maioria) sem instrução, sem leitura, sem discernimento que não conseguem entender o que se passa no Vaticano já há vários anos e portanto, tendem a seguir todos os desmandos que de lá emanam contrários aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Os mornos

Lembremos por último o que disse Jesus sobre os mornos; aqueles que ficam encima do muro, que pensam que ir à Missa todos os domingos já é suficiente. Muitas vezes são honestos, trabalhadores... mas isto ainda não é suficiente. Jesus não veio para juntar, veio para dividir. Não podemos sermos igual a todos. O verdadeiro católico que não quer ser morno deve ir muito além. Tem que haver a oração constante, os sacramentos, a fuga total de todos os pecados, as obras de caridade. Quantos mornos saem satisfeito da Santa Missa e em seguida passam virando a cara para o pedinte. O morno faz o que chamamos hoje de "politicamente correto", que é uma expressão da esquerda para se justificar. Quantos mornos vão à Igreja, mas quando passam na rua diante de uma igreja não fazem o sinal da cruz por vergonha.

O católico tem que ser radical. Tem que evitar as más companhias, os maus exemplos, as más palavras e pensamentos. Tem que ir contra a corrente. Só assim, e com a graça de Deus poderá viver este terrível ano de 2025 que será cheio de divisões na Igreja. (Redação: "Vida e Fé Católica")