Milhões
de pessoas frequentam as casas lotéricas todos os dias com a finalidade de
participar das diversas apostas que estas oferecem. Mas seria isso pecado?
Este
é um assunto polêmico que requer profunda análise do ponto de vista espiritual
e moral.
O
primeiro ponto é com referência aos organizadores dos jogos, que na maioria dos
casos é o governo federal. Não é o caso do governo ser bonzinho e querer ver as
pessoas ricas, mas arrecadar milhões além do imposto de renda que recai sobre
os ganhadores que passam a ser ricos e tributáveis.
Há
ainda muitos escândalos por traz dos jogos. Muitos já descobertos e denunciados
e outros ocultos.
Disso
se deduz que entrar no mundo das loterias é logo de início participar e
contribuir para uma empreitada duvidosa.
Do
ponto de vista moral, o apostador não está dando bom exemplo para seus filhos e
sim passando a imagem de alguém fracassado, que não acredita em seu trabalho ou
de um folgado que quer tudo de graça sem o menor esforço. É o sonho de uma vida
fácil e ociosa longe do que Deus determinou para o homem desde o início.
Mas
as complicações sérias para o apostador estão todas ligadas ao aspecto
espiritual. Isto referente aos católicos, pois quanto aos evangélicos, a
maioria das seitas prega abertamente o materialismo pois tem uma base
judaizante além de que nunca conheceram os exemplos dos santos.
Quanto
aos católicos, para aquele que chegar a ganhar vai ouvir de Jesus; "Vai vende
tudo o que tens, dá aos pobres e depois vem e segue-me". Não só o exemplo do
jovem rico, mas são inúmeras as passagens das sagradas escrituras onde o rico
não tem a menor chance de participar do reino dos céus. Ora, a loteria nada
mais é do que transformar um pobre em rico, ou um rico em ainda mais rico.
Portanto,
loteria e católico praticante e tradicional não combinam. No catecismo da
Igreja Católica não está escrito que é pecado. Entretanto nem é necessário. É
uma coisa lógica. Fugir da riqueza é a base da doutrina cristã.
Jesus
disse; "Sede santo como vosso Pai é Santo". Ora, a santidade passa pela
pobreza, por sacrifícios em todos os aspectos.
Outro
ponto importante é que somos tentados pelo mundo, pela carne e pelo demônio. No
caso do desejo de ganhar na loteria, que acontece com quem joga, está desejando
cair nas tentações do mundo. Ou seja; dos bens materiais que daí advém.
Muitos
santos do passado nasceram ricos. Mas para alcançar a santidade a primeira
coisa que fizeram foi abandonar a riqueza. É o caso de São Francisco, São Tomaz
de Aquino, Santa Isabel da Hungria e muitos outros. Nunca se ouviu falar de um
santo rico. Se alguém busca a santidade ou ao menos levar uma vida dedicada a
Deus, certamente desejar a riqueza não é possível.
Aquelas
pessoas que resolvem entrar para a vida dedicada a Deus, entrando num convento
ou mosteiro, entre os votos está o de pobreza. Catolicismo tem tudo a ver com a
pobreza enquanto a loteria tem tudo a ver com a riqueza.
Esses
jogadores de loteria, além de não acreditarem na providência divina,
desperdiçam dinheiro que muitas vezes falta para seus filhos. É um vício, que
leva a pessoa a querer jogar todas as semanas e muitas vezes fazem grandes
jogos gastando somas elevadas que bem poderiam ser aplicadas em algo melhor.
Então
se é pecado ou não, depende da consciência de cada um e no aprofundamento na
vida espiritual. Bem disse o escritor do livro "Imitação de Cristo; Quanto mais
souberes, de ti mais será cobrado". Para uma pessoa simplória sem conhecimento
das Sagradas Escrituras, da vida dos santos, da tradição da Igreja e seu
ministério, talvez não seja mesmo pecado ao menos que sua consciência indique.
Mas para o católico praticante e tradicional pode sim ser pecado, pois este
conhece tudo que é dito sobre a riqueza e se mesmo assim insiste em deseja-la isto
pode ser pecado.
Uma
coisa é certa. Muitas pessoas que jogaram na loteria e não ganharam, tiveram
muita sorte, pois assim mantiveram suas vidas longe da riqueza e portanto, dos
pecados que esta traz consigo. Por outro lado, os ganhadores, ou se desfazem de
sua riqueza dando-a aos pobres ou se mantem ricos cercados de pecados que isto
implica e portanto longe de Deus. (Redação "Vida e Fé Católica)