A Igreja dos últimos anos tem entrado por caminhos muito largos, onde quase tudo é permitido. A ideia de pecado, inferno e demônio sumiu das homilias, das encíclicas, dos documentos papais da voz dos cardeais e até do papa.
A ideia geral do Vaticano é ser agradável a todos, é agradar o mundo o todo custo. É não ofender a sensibilidade dos pecadores e dos diversos grupos sociais incluindo os não católicos.
Ora, com isso, não há um alerta contra os pecados. Esquecem que Deus testa o homem através de prêmio e castigo. Cada um escolhendo o que deseja receber no final. Se não há clareza nesta ideia, fica a impressão de que tudo é relativo. Não há uma certeza concreta do inferno e das penas que as almas tem que pagar segundo o que tenha praticado em vida.
As palavras proibidas não são ditas, mas algumas que levam a grandes erros são apregoadas aos quatro ventos. Entre elas, está o ecumenismo. Agora falada, divulgada, incentivada e ainda agravado com a proibição de alguém ser contra.
Ecumenismo é uma dessas palavras adoradas pela esquerda mundial e pela ideologia woke, pois prega a união de todas as religiões, como se todas fossem boas e certas. Mas no fundo é um grande engano e um grande pecado. Quem prega ou aceita o ecumenismo da maneira como é visto em nossos dias, é um traidor, pois no fundo está convivendo com hereges, com cismáticos, com incrédulos, além de aceitar todos seus preceitos.
Como pode alguém que se diz católico, estar unido e aceitando o que diz pessoas que por séculos foram contra o catolicismo, outros que nem sequer acreditam em Cristo, outros que ainda estão esperando a vinda de Cristo, outros que afirmam que Cristo foi apenas um profeta, outros ainda que são inimigos de Nossa Senhora... Não dá para entender como um católico tem o descaramento de aceitar com grande amizade, união e participação na Igreja, toda essa gente que não estão lá para se converter, ao contrário, para vir reafirmar suas crenças dentro da Igreja Católica.
Cabe esclarecer também, que a Igreja Católica é a única desde do Concílio Vaticano II que propaga essas ideias do Ecumenismo. Judeus, muçulmanos, budistas, evangélicos e muitos outros nunca se interessaram por isso. Ao contrário, mantinham suas religiões intactas e não admitiam misturadas com outras. Então esta é uma ideia infeliz que surgiu para fragmentar e tirar a unidade da Igreja. As religiões do mundo, com exceção dos evangélicos, nunca procuram os católicos para nada. E os evangélicos, quando o fazem, não é por ecumenismo, por achar que tem algo em comum, mas sim para tentar converter o católico para suas seitas.
A Igreja atual vê no ecumenismo uma maneira de unir todos tendo como fundo a questão da paz mundial. Mas isto não leva a nada, mesmo porque para a questão da paz, existem outros órgãos dos governos para tratar do tema. Para se ter uma ideia, 2024 foi um ano intenso de atividades ecumênicas na Igreja, mas foi ao mesmo tempo, o ano em que houve maior número de cristãos mortos por pessoas de outras religiões, notadamente por muçulmanos. E isto vai continuar. Enquanto a farsa do ecumenismo se mostra como um movimento bonito no Vaticano, para os muçulmanos, o católico é um infiel que deve ser morto.
Antes do Concílio Vaticano II
O Concílio Vaticano II, estragou a Igreja em muitos aspectos e um dos principais foi essa ideia do ecumenismo. Antes as coisas eram diferentes e tudo funcionava perfeitamente na Igreja. Os papas do passado nem sequer cogitavam a ideia de amizade com protestantes por exemplo.
Já pouco antes do Concílio Vaticano II, como que adivinhando o que viria pela frente, o Papa Pio XI, lançou a Encíclica Mortalium Animos, (em 1928) que se trata exatamente de um texto contra o ecumenismo. Vejamos alguns tópicos da referida Encíclica:
"2. A Fraternidade na Religião. Congressos Ecumênicos
Entretanto, alguns lutam por realizar coisa não dissemelhante quanto à ordenação da Lei Nova trazida por Cristo, Nosso Senhor.
Pois, tendo como certo que rarissimamente se encontram homens privados de todo sentimento religioso, por isto, parece, passaram a Ter a esperança de que, sem dificuldade, ocorrerá que os povos, embora cada um sustente sentença diferente sobre as coisas divinas, concordarão fraternalmente na profissão de algumas doutrinas como que em um fundamento comum da vida espiritual.
Por isto costumam realizar por si mesmos convenções, assembléias e pregações, com não medíocre frequência de ouvintes e para elas convocam, para debates, promiscuamente, a todos: pagãos de todas as espécies, fiéis de Cristo, os que infelizmente se afastaram de Cristo e os que obstinada e pertinazmente contradizem à sua natureza divina e à sua missão.
3. Os Católicos não podem aprová-lo
Sem dúvida, estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.
Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na e gradualmente inclinam-se para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada."
"10. A Igreja Católica não pode participar de semelhantes reuniões
Assim sendo, é manifestamente claro que a Santa Sé, não pode, de modo algum, participar de suas assembléias e que, aos católicos, de nenhum modo é lícito aprovar ou contribuir para estas iniciativas: se o fizerem concederão autoridade a uma falsa religião cristã, sobremaneira alheia à única Igreja de Cristo.
11. A verdade revelada não admite transações
Acaso poderemos tolerar – o que seria bastante iníquo-, que a verdade e, em especial a revelada, seja diminuída através de pactuações?
No caso presente, trata-se da verdade revelada que deve ser defendida.
Se Jesus Cristo enviou os Apóstolos a todo o mundo, a todos os povos que deviam ser instruídos na fé evangélica e, para que não errassem em nada, quis que, anteriormente, lhes fosse ensinada toda a verdade pelo Espírito Santo, acaso esta doutrina dos Apóstolos faltou inteiramente ou foi alguma vez perturbada na Igreja em que o próprio Deus está presente como regente e guardião?
Se o nosso Redentor promulgou claramente o seu Evangelho não apenas para os tempos apostólicos, mas também para pertencer às futuras épocas, o objeto da fé pode tornar-se de tal modo obscuro e incerto que hoje seja necessários tolerar opiniões pelo menos contrárias entre si?
Se isto fosse verdade, dever-se-ia igualmente dizer que o Espírito Santo que desceu sobre os Apóstolos, que a perpétua permanência dele na Igreja e também que a própria pregação de Cristo já perderam, desde muitos séculos, toda a eficácia e utilidade: afirmar isto é, sem dúvida, blasfemo."
"16. A única maneira de unir todos os cristãos
Assim, Veneráveis Irmãos, é clara a razão pela qual esta Sé Apostólica nunca permitiu aos seus estarem presentes às reuniões de acatólicos por quanto não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela.
Dizemos à única verdadeira Igreja de Cristo: sem dúvida ela é a todos manifesta e, pela vontade de seu Autor, Ela perpetuamente permanecerá tal qual Ele próprio A instituiu para a salvação de todos. Pois, a mística Esposa de Cristo jamais se contaminou com o decurso dos séculos nem, em época alguma, poderá ser contaminada, como Cipriano o atesta: "A Esposa de Cristo não pode ser adulterada: ela é incorrupta e pudica. Ela conhece uma só casa e guarda com casto pudor a santidade de um só cubículo" ( De Cath. Ecclessiae unitate, 6)."
Com apenas esses poucos parágrafos da Encíclica já se percebe claramente a grande fé e certeza do Papa Pio XI e sua preocupação com reuniões que já ocorriam em sua época, porém fora da Igreja, relacionadas ao ecumenismo.
Compactuar com cismáticos e hereges é algo grave que não deve fazer parte da vida de fé de um católico. Entretanto, não confundir com o respeito e bondade que devemos ter para com todas as pessoas, independentes de sua crença.
Na modernidade, pode-se observar claramente que quanto mais progressista for determinada paróquia, mais aceitação há do ecumenismo. É o caso do Vaticano inteiro que é totalmente dominado pelo progressismo desenfreado e distante da verdadeira fé pregada pelos apóstolos e seguido pela tradição através dos séculos.
Ao contrário, quem frequentar uma capela tradicional, (que são cada vez menos) onde haja a Santa Missa Tridentina, jamais se ouvirá falar em ecumenismo e não há medo de se falar de pecados, inferno, etc. pois não há medo de desagradar o mundo como ocorre entre os progressistas que vivem em função do mundo e não em agradar a Deus e pensar na vida eterna. (Redação: "Vida e Fé Católica")