"Ele pode ajudar aqueles que são tentados"

22/02/2024

Na última quarta-feira, com a cerimônia de imposição das cinzas, teve início a "Quaresma". Um tempo litúrgico instituído na Igreja pela tradição apostólica para nos lembrar da necessidade de fazermos penitência durante todo o tempo de nossas vidas e nos prepararmos, por este meio, para celebrar a Páscoa de maneira santa.

Por Padre Ángel David Martín Rubio 

A duração do tempo quaresmal lembra o jejum de quarenta dias que Jesus Cristo praticou no deserto e do qual nos fala o Evangelho deste primeiro domingo (Mt 4, 1-11): "Então Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito para ser tentado pelo diabo. E depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, finalmente sentiu fome. O tentador veio até ele e disse...", os evangelistas Mateus e Lucas registram três tentações que Jesus rejeita e, finalmente, "então o diabo o deixou, e eis que os anjos vieram e lhe ministraram»

1. Esta é uma vitória "exemplar" e "eficiente" de Cristo sobre as tentações e os pecados genéricos dos homens. Cristo foi tentado e venceu a tríplice tentação da gula, da vanglória e do orgulho. Trata-se de uma vitória exemplar fundamental contra o mundo, porque, como diz São João, «porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a arrogância do dinheiro, não vem do Pai, mas do mundo» (1 Jo 2, 16). Desta forma, Cristo poderia fazer duas coisas em particular:

a) tendo sido tentado em todos os sentidos, a ter compaixão de nós: "Porque foi tentado e é tentado, é capaz de ajudar os que são tentados" (Hb 2:18). Para que nossa confiança Nele não tivesse limites, Jesus queria colocar-Se em nosso nível, experimentando todas as nossas misérias, exceto o pecado (Hb 4:15).

b) encorajar-nos à vitória com o vigor dos seus, como Ele mesmo disse: "No mundo tereis lutas; mas tende coragem, porque eu venci o mundo» (Jo 16, 33)[2].

2. Além disso, estas tentações têm um valor messiânico: Cristo é tentado como Messias, para o afastar, se possível, da sua messianidade.

O número de quarenta dias já é evocativo dos quarenta anos que o povo de Israel vagou no deserto (Nm 14:33-34). E isso parece ser ainda mais confirmado ao ver as respostas de Cristo às várias propostas de Satanás. Em todos os três, Cristo cita passagens do Deuteronômio que fazem alusão à permanência de Israel no deserto.

  • «Está escrito: 'O homem não vive só de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus'". Na primeira, ele responde com as palavras que se referem ao "maná" (Dt 8,3).
  • «Também está escrito: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'" No segundo, ele responde com palavras que aludem à desconfiança de Israel no deserto. "Não tentarás o Senhor teu Deus, como o tentaste em Massah" (Dt 6, 16).
  • «Vai, Satanás, porque está escrito: 'Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a Ele adorarás'." Na terceira resposta, ele usa palavras que fazem alusão ao ato idólatra de Israel no deserto com o "bezerro de ouro" (Dt 6:13)

Podemos, portanto, dizer que Jesus Cristo quer repetir as experiências dos quarenta anos de deserto e se opor aos pecados do povo de Israel durante esse tempo com suas três vitórias retumbantes. E, com esta atitude, proclama também a sua obra como Messias. A vitória de Jesus no deserto sobre o tentador é uma antecipação da vitória da Paixão, a suprema obediência do seu amor filial ao Pai, a consumação da sua obra messiânica.4.

II. Como Deus, Jesus não podia sentir qualquer inclinação para o pecado, de modo que a tentação não tem efeito e Ele facilmente resistiu a ela. No Pai Nosso, o próprio Jesus Cristo nos ensinou a pedir: "Não nos deixeis cair em tentação". O que se pede a Deus é que não consintamos com tentações e que sua graça esteja sempre pronta para nos ajudar quando nos faltam forças para resistir ao mal. Contamos sempre com a graça de Deus para vencer qualquer tentação. Mas precisamos de armas para vencer essa batalha espiritual:

  • A oração: «Vigiai e rezai para que não caiais em tentação» (Mt 26, 41) Jesus diz aos seus apóstolos. "Em comunhão com o seu Mestre, a oração dos discípulos é uma batalha, e é vigiando na oração que não se cai em tentação" [5]..
  • Mortificação no trabalho, vivendo a caridade com os outros, evitando ocasiões de pecado e tendo o tempo bem ocupado, principalmente cumprindo bem nossos deveres profissionais, familiares e sociais.
  • Prestaremos especial atenção e amor para receber a graça do sacramento da Confissão, aproximando-nos dele bem dispostos, sinceramente arrependidos de nossas faltas e pecados, a fim de receber perdão e ajuda oportuna para não recair na culpa.

III. Esta será a nossa batalha quaresmal particular: associarmo-nos a Cristo no mistério do seu jejum e das suas tentações no deserto, para nos prepararmos para partilhar com Ele os frutos da sua morte e ressurreição. Em união com a Virgem Maria, muitas vezes nos recolheremos ao "deserto" da oração e da penitência e, assim, receberemos a luz e a graça da salvação. (Fonte: Adelante La Fe)

A impressão de que tudo está se precipitando é generalizada. Não será dizer que o Vaticano é uma situação financeira muito ruim, e o pontificado do Papa Francisco não apenas não apenas não resolveu os problemas que já estavam sendo vistos chegando, mas também os aumentou. Não será para dizer isso, não será porque o Papa Francisco não sabia...