O ex-gay italiano Luca Di Tolve, que ganhou o prêmio Mister Gay na Itália na década de 1990, publicou um artigo em seu blog pessoal lamentando a declaração de Fiducia Supplicans.
Di Tolve reconhece que, ao ler o texto da declaração do Dicastério para a Doutrina da Fé, sentiu "perplexidade, dor pela traição e aflição". "Fiquei angustiado com a confusão gerada por este documento, nascido num contexto social em que certas falsidades mundanas e infundadas tentam surfar na onda de tais 'propostas pastorais' para afirmar a naturalidade de relações que bem sabemos que não nascem no coração de Deus; E não me refiro apenas às relações homossexuais, mas também às relações entre pessoas separadas e "recasadas" e todas aquelas uniões que levam o nome de "situações irregulares", termo que deixa uma ampla margem de interpretação", escreve o italiano agora casado com uma mulher.
"Este documento coloca a Igreja numa dimensão de vulnerabilidade e presta-se àqueles que trabalham no campo da comunicação e tentam lutar contra a nossa fé, destruindo tudo o que é 'escandaloso' para o mundo: castidade, pureza, verdade".
Este italiano, que agora se dedica a ajudar pessoas com atração por pessoas do mesmo sexo que querem mudar de vida, lamenta a situação em que este documento deixa "homens e mulheres, mães e pais esquecidos e, sobretudo, jovens e muito jovens que clamam por ajuda; Não são apenas pessoas com atração por pessoas do mesmo sexo, mas toda a sociedade corre o risco de ser confirmada no erro em que já vive."
"Quem lhes fala da família como caminho para a santidade? Quem testifica de sua fé como uma entrega total de sua vontade e de sua vida a Deus? Quem hoje tem a coragem de se expor falando aos nossos jovens sobre valores esquecidos como honra, integridade, responsabilidade, coragem, renúncia, castidade? Quem lhes fala da masculinidade e da feminilidade como dons maravilhosos, únicos e indiscutíveis que Deus criou para comunicar a sua imagem do amor trinitário?", questiona Luca Di Tolve.
Em sua análise, Di Tolve aponta que "os verdadeiros marginalizados são aqueles de nós que lutamos pela castidade, pela fidelidade, para ir contra nossos impulsos e contra a tentação".
Nesse sentido, ele sente pena daqueles cristãos que vivem um evangelho feito sob medida para onde pegam o que lhes interessa e deixam o que não gostam, "como em restaurantes de fast food ou no supermercado".
Com grande inquietação, escreve que sofre as consequências "dessas teorias sedutoras que cercam a Igreja; Entristece-me as várias interpretações falsas e destrutivas que procuram contrariar a riqueza gerada ao longo dos séculos pelos Padres da Igreja, no catecismo e no magistério".
Finalmente, Luca Di Tolve elogiou em particular a agora famosa reflexão do cardeal Sarah sobre Fiducia Supplicans como um texto que lança "luz neste tempo de espessas trevas". (Fonte: INFOVATICANA)