Hospital Católico no Brasil se recusa a implantar DIU em mulher

30/01/2024

A recusa de um hospital Católico Brasileiro, da Congregação dos Camilli, em implantar um dispositivo intrauterino em uma mulher de 41 anos provocou amplo debate no país. Esse dispositivo, geralmente conhecido como DIU, é considerado abortivo, pois impede, quando apropriado, o assentamento do embrião fertilizado no útero.

(Crux / InfoCatholic) A controvérsia irrompeu quando, em 23 de janeiro, uma mulher chamada Leonor Macedo usou uma conta no X, a plataforma social anteriormente conhecida como Twitter, para revelar que ela queria implantar um dispositivo intra-uterino, mas que seu pedido foi rejeitado pelo hospital que ele tinha ido para o tratamento.

« Achas que é fácil ser mulher? Ontem fui a uma consulta no Hospital São Camilo e o médico informou-me que não pode implantar DIUs em mulheres porque vai contra os valores religiosos da instituição », disse, escreveu.

Patrocinado pela ordem religiosa Camilli, fundada na Itália no século 16, o Hospital São Camilo é uma instituição católica. O DIU é um dispositivo, amplamente utilizado no mundo como método contraceptivo, que a doutrina católica rejeita, uma vez que também pode ser abortivo: pode afetar a ovulação, à fertilização por espermatozóides e implantação do óvulo fertilizado no útero, isto é, do embrião, razão pela qual muitos centros de saúde católicos se recusam a oferecê-lo.

O tweet de Macedo nas redes sociais rapidamente atraiu a atenção, atingindo mais de 2 milhões de visitas. Alguns usuários criticaram o que consideraram uma contradição entre educação religiosa e serviços de saúde, e classificaram a posição do hospital como « retrógrada ».

O médico que falou com Macedo se ofereceu para implantar o DIU em seu consultório particular. A mulher garante que foi educada em uma família católica, mas agora ela não professa nenhuma religião. (Fonte: INFOCATOLICA)