FUNDADA EM 1718 POR CLEMENTE XI
"Para promover a teologia no futuro, ela não pode se limitar a repropor abstratamente fórmulas e esquemas do passado"
(Agências/InfoCatólica) O papa Francisco publicou nesta quarta-feira, 1º de novembro, os novos estatutos da Pontifícia Academia de Teologia, que terá que atender a outras religiões e realidades filosóficas para se aprofundar nas atuais e "profundas transformações atuais" do mundo. "Para promover a teologia no futuro, ela não pode se limitar a repropor abstratamente fórmulas e esquemas do passado", diz o primeiro ponto da reforma, publicado sob a forma de um "Motu Proprio" e intitulado "Ad theologiam promovendam".
Francisco defende que a teologia, a ciência de Deus, "deve ser comparada com as profundas transformações culturais" presentes, porque, como disse em seu discurso à Cúria em 2013, "o que estamos vivendo não é uma simples época de mudança, mas uma mudança de época".
A Pontifícia Academia de Teologia, fundada em 1718 por Clemente XI para formar teólogos e depois chamada a comparar fé e razão, demonstrou, segundo Francisco, "a necessidade" de colocar essa ciência "a serviço da Igreja e do mundo", ampliando seus próprios objetivos. Esse foi o sentido de reformas anteriores, como a de Gregório XVI, em 1838, ou a de João Paulo II, em 1999.
"Depois de quase quinze anos, chegou a hora de rever essas normas, a fim de adaptá-las à missão que nosso tempo impõe à teologia (...) Mesmo bons teólogos, como bons pastores, cheiram a povo e a ruas", escreve o Papa. Em suma, considera que a reflexão teológica exige "uma mudança de paradigma" e que tem em conta "as condições em que homens e mulheres vivem diariamente em vários contextos geográficos, sociais e culturais".
O pontífice pede que se evite o "autorreferencialismo" dos teólogos porque "leva ao isolamento e à insignificância" e teca uma "teia de relações" com "outras disciplinas e conhecimentos" e que fale de Jesus "com novas linguagens, originalidade e consciência crítica".
"Diante desta renovada missão da teologia, a Pontifícia Academia é chamada a desenvolver (...) um diálogo 'transdisciplinar' com outros saberes científicos, filosóficos, humanistas e artísticos, com crentes e não crentes, como homens e mulheres de diferentes confissões cristãs e diferentes religiões", conclui. (Fonte: InfoCatolica) Compartilhe e deixe seu comentário.