Através de um pressuposto real e cotidiano vamos refletir sobre a infinita capacidade que o ser humano tem de se enganar e justificar todo pecado objetivo em sua consciência.
Por Padre Ildefonso De Assis
É óbvio que esse vício provém do pecado original, que deixa sua marca na alma após o batismo, mesmo que seja perdoado, mas também é palpável que na época em que vivemos esse defeito se acentue gradativamente e em progressão geométrica devido, por um lado, ao relativismo ético do liberalismo político e, por outro, ao modernismo predominante na teologia pós-conciliar que coloca o homem como centro, deslocando-se a si mesmo Deus num canto da vida.
O pressuposto: pecado mortal (indicado no ponto 2181 do Catecismo) que implica faltar à missa num domingo ou noutro dia de obrigação.
Primeiro passo: remorso. Deixo de ir à missa num domingo e, se recebi formação cristã, sei bem que é um pecado grave porque não há nenhum caso de doença ou cuidado dos doentes. Sinto remorso moral e sei que devo confessar.
Segundo passo: não me confessei e no domingo seguinte estou ausente da missa novamente. Percebo em consciência que, em vez de me "tocar" mais, algo diferente acontece. Estou sentindo que a culpa também não é tão grave.
Terceiro Passo: Relaxamento da Consciência. Começo a perceber que, se continuar a fazer boas obras, será porque a missa não é tão necessária. Estou com saudades de novo.
Quarto Passo: Subjetivismo; Considero que a Igreja está equivocada, ou exagera seu magistério, e procuro aquele padre, catequista ou freira que acalme minha consciência no pouco remorso que resta.
Quinto passo: sair do julgamento. Do meu ponto de vista, percebo que quem vai à missa aos domingos é pior cristão do que eu. Percebo que para fazer o bem não preciso ir à missa. Minha consciência agora está completamente "liberada": me sinto livre.
Sexto passo: Ostentar-se. Não só a minha consciência não me pica como até me gabo disso. Eu me gabo de não ir à missa e de ser diferente daquelas pessoas que acham que são melhores do que eu porque vão à missa...
Sétimo passo: Sacrilégio. Quando é "hora" de ir à missa por motivos extraordinários (casamento, primeira comunhão, crisma, funeral...) vou e recebo a comunhão. Eu nem fui me confessar e ainda não fui à missa, mas não me importo.
Essa suposição soa familiar? Garanto-vos que um padre é MUITO familiar, tragicamente próximo e familiar. Essa suposição, escrita em poucas palavras, representa muito claramente a situação catastrófica em que milhares........milhões de consciências auto enganadas estão HOJE, justificadas ao infinito, drogadas e tremendamente encaminhadas para o inferno.
Essa frase resume bem: "Quando eu começar a não viver o que eu penso, eu vou acabar pensando do jeito que eu vivo".
Que Deus intervenha em breve para pôr fim a esta auto aniquilação moral das consciências. (Fonte: Adelante La Fe)