O dia em que Santa Teresa de Jesus teve uma terrível visão do inferno
As pessoas praticamente brincam com fogo todos os dias. Umas sem ao menos se dar conta do risco que suas almas correm com a prática dos mais diversos pecados, outras deliberadamente sem a menor preocupação.
Esquecem que Deus é misericordioso, mas é justíssimo e perfeito; e isto leva a que sua justiça seja feita e que ninguém escape de sua Lei. A questão do inferno é cada vez mais esquecida pela humanidade. Uns simplesmente não acreditam; os ateus, os de religiões relativistas. Outros mesmo crendo, não fazem o mínimo para escapar de tal destino pois não conseguem desvencilhar-se dos atrativos da terra.
Há ainda aqueles que praticam a religião e seguem a Lei de Deus; pessoas que escolheram a vida religiosa e vivem nos conventos e mosteiros. Outras, leigas, mas no seguimento de Deus mesmo estando no mundo. Todas estas estão atentas a existência do inferno.
Hoje em dia, aqueles que deveriam mostrar com clareza a realidade do inferno, no caso as autoridades católicas, não o fazem para não ofender a sensibilidade das pessoas de hábitos e crenças diferentes ou mesmo sem fé. Preferem o respeito humano que o respeito a Deus.
A questão do inferno está muito bem definida nas escrituras sagradas. Jesus falou várias vezes sobre o assunto. Os apóstolos, os primeiros cristãos como os pais da igreja primitiva e os santos que vieram depois durante todos os séculos tiveram presente esta questão e de tudo fizeram para alertar as almas.
Atualmente, mesmo estando presente no Credo, "desceu à mansão dos mortos", a igreja católica só menciona o inferno quando este aparece nas leituras durante a missa. Poucos padres e autores católicos se arriscam neste tema.
Claro que para o católico praticante e que procura o tempo todo estar em estado de graça; isto é, confessar-se com frequência e evitar todos os pecados e viver em oração não há grandes preocupações, embora ninguém deva considerar-se salvo, mas sim levar uma vida voltada para Deus e na esperança.
Entretanto há mais pessoas que vivem fora do rebanho de Jesus que dentro. E há um destino inevitável para estas. Hoje se veem multidões de pessoas praticantes e a favor das coisas mais pecaminosas que existem e que afastam a alma de Deus.
Há os ligados a questão das drogas, do roubo, da prostituição, da mentira, do apego desenfreado às coisas do mundo, do aborto, da ideologia de gênero, das questões LGBT, da gula, da falta de caridade, da vaidade, do adultério, da inveja, da crueldade, das uniões ilícitas e inumeráveis itens que mantem a alma no inevitável caminho do inferno.
É muito duro e difícil falar sobre esse assunto nos dias atuais, mas é uma realidade que não pode ser esquecida. Durante os séculos anteriores a igreja sempre alertou os fiéis sobre a presença do demônio neste mundo e as tentações. Os santos fizeram o mesmo. Somente a partir da metade do século XX é que caiu no relaxamento esta questão que é da máxima importância para a salvação da alma. Ou seja; o temor do inferno deve ser uma realidade sempre presente na alma do verdadeiro católico.
Muitos santos expressaram-se sobre o tema e muitos deles, inspirados e guiados por Deus, tiveram visões dessa realidade, que hoje as pessoas deslumbradas com o brilho desse mundo, fazem questão de esquecer.
A visão dos santos sempre coincidem com as palavras de Jesus e dos apóstolos sobre esta realidade terrível e inevitável. Santa Teresa de Jesus, mística e doutora da igreja que viveu no século XVI foi uma delas.
Teresa de Ávila, conhecida como Santa Teresa de Jesus, nasceu no dia 28 de março de 1515 em Ávila, reino de Castela (Espanha) e morreu em 4 de outubro de 1582 em Alba de Tormes. Foi carmelita e grande mística, renovadora e fundadora de conventos de sua ordem. Teve uma vida contemplativa direcionada à oração mental. Durante a Contrarreforma foi cofundadora da Ordem dos Carmelitas Descalços, ao lado de São João da Cruz. Foi canonizada em 1622 e o papa Paulo VI a proclamou Doutora da Igreja em 1970. Seus livros, que escreveu por ordem de seus confessores, como Livro da vida e Castelo interior se encontram entre as obras católicas mais lidas de todos os tempos.
Em muitas ocasiões, a Santa cita em seus escritos a questão do inferno, que na idade média era assunto comum entre os cristãos. A Santa, depois de longa caminhada na busca de Deus, chegou a ter muitas visões. Numa delas, descrita em seu Livro da vida, descreve o seguinte:
"Havia muito tempo que o Senhor me fazia muitas graças já referidas e outras ainda maiores, quando um dia, estando em oração, achei-me subitamente, ao que me parecia, metida de corpo e alma no inferno. Entendi que o Senhor queria fazer-me ver o lugar que os demônios aí me haviam preparado, e eu merecera por meus pecados. Durou brevíssimo tempo. Contudo, ainda que vivesse muitos anos, acho impossível esquece-lo. A entrada pareceu-me um túnel longo e estreito, semelhante a um forno muito baixo, escuro e apertado. O chão tinha aparência de uma água, ou antes, de um lodo sujíssimo e de odor pestilencial, cheio de répteis venenosos. No fundo havia uma concavidade aberta numa parede, como um armário, onde me vi, encerrada de maneira muito apertada. Tudo isso era agradável em comparação do que ali senti. O que escrevo está muito longe da verdade.
O tormento interior é tal, que não há palavras para definir, nem se entende como é realmente. Na alma senti tal fogo, que não tenho capacidade para descrever. No corpo eram incomparáveis as dores. Tenho passado nesta vida dores gravíssimas. No dizer dos médicos são as maiores que se podem sofrer, como por exemplo, quando se encolheram todos os meus nervos, e fiquei tolhida. Já não falo de outras muitas dores de diversos gêneros e até algumas causadas pelo demônio. Posso afirmar que tudo foi nada em comparação do que ali experimentei.
O pior era saber que seria sem fim, sem jamais cessar. Sim, repito, tudo mais pode chamar-se nada em relação ao agonizar da alma: é um aperto, um afogamento, uma aflição tão intensa, e acompanhada de uma tristeza tão desesperada e pungente, que não sei como posso explicar semelhante estado! Compara-lo à sensação de que vos estão sempre a arrancar a alma, é pouco. Em tal caso, seria como se alguém nos acabasse com a vida. Aqui é a própria alma que se despedaça. O fato é que não sei como descrever aquele fogo interior e aquele desespero que se sobrepõem a tão grandes tormentos. Eu não via quem os provocava, mas sentia-me queimar e retalhar. Piores, repito, são aquele fogo e aquele desespero que me consumiam interiormente.
Em lugar tão pestilencial, sem esperar consolo, é impossível sentar-se ou deitar-se, nem há espaço para tal. Puseram-me numa espécie de fenda cavada na muralha. As próprias paredes, espantosas à vista, oprimem, e tudo ali sufoca. Por toda parte trevas escuríssimas. Não há luz. Não entendo como, sem claridade, se enxerga tudo, causando dor nos olhos. Nesta ocasião o Senhor não quis que eu visse mais de tudo aquilo que há no inferno."
Tremendo e assustador é tudo que há no inferno. É uma realidade da qual ninguém pode fugir a não ser que escolha o caminho do Senhor nesta vida e o siga com afinco e dedicação total durante todos os dias da vida.
Os demônios fazem de tudo para lá conduzir o maior número de almas após a morte. Enganam com a atração do materialismo, com o trabalho excessivo para gerar falta de tempo para a alma se dedicar ao Senhor. Seduz com os sentidos da gula, do erotismo e da conivência com os erros que por si são os pecados mais enganosos. Quantas pessoas são coniventes com as palavras de duplo sentido dos humoristas, dos beijos gays nas novelas, das cenas de sexo nos filmes, conivência com invasores de propriedades alheias e com as vestimentas escandalosas, com os desonestos e outras milhares de conveniências para não desagradar nosso próximo, o qual colocamos acima da Lei de Deus que tudo isso proíbe.
A alma devota deve estar alerta, atenta todo o tempo contra as ciladas do demônio que surgem quando menos se espera. Deve ao menor sinal, mudar de rumo, mudar o canal, encerrar a conversa, encerrar a amizade, retirar-se do ambiente. Viver como os santos, retirado. Antes viver a solidão neste mundo do que entre tentações que levam ao inferno. Muitos podem alegar que Jesus vivia entre pecadores e até os buscava, como fez com o cobrador de impostos, mas quem somos nós para comparar-nos? Não temos a força suficiente, então evitar é a melhor opção.
Cada dia que nasce para nós não é um dia para curtir a vida nas alegrias desse mundo. Deus nos dá sempre um dia a mais para nos arrepender e iniciar vida nova. Não se deve perder tempo pois um desses dias poderá ser nosso último dia e se perdido em distrações não haverá outro para acertamos nossa alma com Deus através do arrependimento e da confissão. (da Redação)