O Diário de Santa Faustina e a visão do inferno
Nestes dias em que a humanidade anda perdida em tantos pecados e não dá a menor importância ao inferno e seus tormentos eternos, quando Deus dá a cada um sempre mais um dia para se arrepender e mudar de vida, a mensagem de Santa Faustina e a visão que teve do inferno é um último alerta para aquelas almas que levadas por Deus leem estas palavras ou o livro da Santa.
Helena Faustina Kowalska, nasceu em agosto de 1905 numa vila de Glogowiec na Polônia. A transformação de sua vida deu-se em 1924, quando tinha 19 anos, na cidade de Lodz.
Sua canonização ocorreu em 2000, pelo papa João Paulo II, que depois viria também a ser canonizado. Eis o relato da Santa:
"O definitivo chamado de Deus, a graça da vocação para a vida religiosa, eu senti desde os sete anos de vida. Com essa idade, ouvi pela primeira vez a voz de Deus na alma, ou seja, o convite para uma vida mais perfeita, mas nem sempre fui obediente à voz da Graça. Não encontrei ninguém que me pudesse explicar essas coisas.
Aos dezoito anos, fiz um insistente pedido aos meus pais para que me deixassem entrar no convento; a recusa foi decisiva. Depois dessa recusa, voltei-me às vaidades da vida, passei a viver uma vida de vaidades, não prestando nenhuma atenção à voz da Graça, embora minha alma não encontrasse satisfação em nada disso. O contínuo chamado da Graça era para mim um grande sofrimento que eu procurava abafar com diversões. Evitava interiormente a Deus, voltando-me com toda a alma para as criaturas. Contudo, a graça do Senhor venceu em minha alma.
Numa ocasião, eu estava com uma de minhas irmãs num baile. Quando todos se divertiam a valer, a minha alma sentia [tormentos] interiores. No momento em que comecei a dançar, de repente, vi Jesus a meu lado, Jesus sofredor, despojado de suas vestes, todo coberto de chagas e que me disse estas palavras: "Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?"
Neste momento, parou a música encantadora, não vi mais as pessoas que comigo estavam, somente Jesus e eu ali permanecíamos. Sentei-me ao lado de minha irmã, disfarçando com uma dor de cabeça aquilo que se passava comigo. Em seguida, deixei discretamente os que me acompanhavam e fui à catedral de Santo Estanislau Kostka. Já começava a entardecer, havia poucas pessoas na catedral. Sem prestar atenção a nada do que ocorria à minha volta, caí de bruços diante do Santíssimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer a seguir.
Então ouvi estas palavras: "Vai imediatamente a Varsóvia, e lá entrarás num convento." Terminada a oração, levantei-me, fui para casa e arrumei as coisas indispensáveis. Como pude, relatei à minha irmã o que acontecera na minha alma; pedi que se despedisse por mim dos meus pais e assim, só com a roupa que tinha no corpo, sem mais nada vim para Varsóvia.
Quando desci do trem e vi que cada um seguia o seu destino, fiquei com medo e sem saber o que fazer. Para onde dirigir-me, não tendo ali ninguém conhecido? Implorei à Nossa Senhora: "Maria! Conduzi-me, guiai-me." Imediatamente ouvi dentro de mim uma voz que me dizia que saísse da cidade e fosse a determinada aldeia, onde poderia passar à noite com segurança. Foi o que fiz e encontrei tudo como Nossa Senhora me havia dito.
No dia seguinte, bem cedinho, vim à cidade e entrei na primeira igreja que encontrei e comecei a rezar para saber o que mais era da vontade de Deus. As Santas Missas se sucediam. Durante uma delas, ouvi estas palavras: "Vai falar com esse padre e ele te dirá o que deves fazer em seguida".
Terminada a Santa Missa, fui à sacristia e contei tudo o que se tinha passado na minha alma e pedi conselho para saber em que convento ingressar. No primeiro momento, o Padre ficou muito surpreendido, mas depois recomendou-me que tivesse muita confiança, pois Deus me guiaria. "Por enquanto", [disse ele] "vou enviar-te a uma piedosa senhora com a qual ficarás enquanto não ingressares no convento."
Quando fui ter com essa senhora, ela me recebeu com muita afabilidade. Durante esse tempo, eu procurava um convento, mas a cada porta que batia era recusada. A dor apertou-me o coração e roguei então a Jesus: "Ajudai-me, não me deixeis sozinha." Até que, finalmente, bati à porta do nosso Convento.
Quando [veio] ter comigo a Madre Superiora, a atual Madre Geral Michaela, depois de uma breve conversa, disse-me que fosse ver o "Senhor da casa" e perguntasse se Ele me aceitaria. Compreendi logo que devia perguntar a Nosso Senhor. Fui à capela com grande alegria e perguntei a Jesus: "Senhor desta casa, Vós me aceitais? - Foi uma das Irmãs que me mandou perguntar assim."
E logo ouvi uma voz que me dizia: "Eu te aceito, tu estás no Meu Coração." Quando voltei da capela a Madre Superiora logo me perguntou: "E então, o Senhor te aceitou?" - Respondi que sim. - "Se o Senhor te aceitou, eu também te aceitarei." Esta foi a minha admissão".
Visão do inferno
"Hoje conduzida por um Anjo, fui levada às profundezas do Inferno. É um lugar de grande castigo, e como é grande a sua extensão. Tipos de tormentos que vi: o primeiro tormento que constitui o Inferno é a perda de Deus; o segundo, o contínuo remorso de consciência; o terceiro, o de que esse destino já não mudará nunca; o quarto tormento, é o fogo, que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual aceso pela ira de Deus; o quinto é a contínua escuridão, um horrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e veem todo o mal dos outros e o seu; o sexto é a continua companhia do demônio; o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias. São tormentos que todos os condenados sofrem juntos, mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a onipotência de Deus. Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda eternidade. Estou escrevendo isso por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há Inferno, ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.
Eu, Irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos do Inferno para falar às almas e testemunhar que o Inferno existe. Sobre isso não posso falar agora, tenho ordem de Deus para deixar isso por escrito. Os demônios tinham grande ódio contra mim, mas, por ordem de Deus, tinham que me obedecer. O que eu escrevi dá apenas a pálida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão, é justamente daqueles que não acreditavam que o Inferno existisse. Quando voltei a mim, não podia me refazer do terror de ver como as almas sofrem terrivelmente ali e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores; incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. "Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nos maiores suplícios a ter que Vos ofender com o menor pecado que seja.""Hoje ouvi as palavras: No Antigo Testamento, Eu enviava Profetas ao Meu povo com ameaças. Hoje estou enviando-te a toda a humanidade com a Minha misericórdia. Não quero castigar a sofrida humanidade, mas desejo curá-la estreitando-a ao Meu misericordioso Coração. Utilizo os castigos, apenas quando eles mesmos Me obrigam a isso, e é com relutância que a Minha mão empunha a espada da justiça. Antes do dia da justiça estou enviando o dia da Misericórdia. Eu respondi: "Ó meu Jesus, falai Vós mesmo às almas, porque as minhas palavras são insignificantes".(Da Redação) Deixe seu comentário. Compartilhe.