O importante é que seja feliz...

25/05/2023

Quando se expressa que na atualidade (desde meados do século XX) Cristo foi e é destronado, ao mesmo tempo que o ser humano foi e é exaltado, e por isso o próprio homem ocupa o lugar central que só corresponde a Deus, depois levantam-se as críticas mais furiosas contra o que os modernistas (e conservadores) chamam de "profetas das calamidades, fanáticos, fundamentalistas…etc".

Por Padre Ildefonso de Asís 

Neste breve texto vou compartilhar um exemplo do cotidiano que seria bastante familiar a todos nós, a menos que vivamos isolados do mundo e/ou alheios à realidade mais direta: uma reunião social para informar vários parentes quando a mãe de uma menina de 18 anos anuncia que a filha foi morar com o namorado.

O namorado tem emprego e podem viver de forma mais ou menos independente, embora sempre com a ajuda dos pais por precaução. Observo que é uma reunião de parentes que acabaram de sair da missa dominical e conversam à vontade no átrio da paróquia. Quando a mãe dá a notícia, os outros ficam em silêncio e concordam, e a própria mãe acrescenta que "este é o costume hoje". A prima da mãe, catequista para mais informações, confirma a bondade da "boa notícia" ao afirmar com firmeza que "o importante é que a tua filha seja feliz". A mãe responde que está feliz e muito animada. Os demais aprovam numa espécie de "conclusão coral" para continuar a conversa com outras questões mais "importantes": a menina procura agora um emprego compatível com os seus estudos para poder fazer face às despesas da sua nova vida.

A propósito, o padre que acabou de celebrar a missa apareceu no encontro para cumprimentá-lo e, claro, não pretende opinar sobre o assunto, pois se dissesse o mínimo (lembre-se, por exemplo, que esta menina vive objetivamente em pecado mortal) seria imediatamente descrito como "quase" um terrorista moral. Obviamente, refiro-me a um padre da minoria "Pelagiana" (qualificador usado para o clérigo fiel à doutrina), pois em uma maioria sensível o padre concordaria com a "bondade" do concubinato dado que é por "amor" e não apenas por prazer. Aliás, hoje existem professores de teologia que afirmam que a relação sexual antes do casamento não é pecado se for por amor e não apenas por alegria...

Essa anedota cotidiana soa familiar para todos nós?; porque é a prova útil e contundente para certificar que Cristo está destronado na vida da grande maioria dos católicos (incluindo aqueles que temos o gravíssimo dever de formar e corrigir). O que prevalece é apenas o sentimento humano e subjetivo. O que importa e é priorizado é a atual emocionalidade que bane toda lei divina, natural, moral e, claro, eclesiástica. Cristo destronado para que o homem seja exaltado e ocupe seu lugar central.

A questão que se coloca é desde quando e porquê?; Então, vamos responder com coragem e humildade (uma virtude que inclui reconhecer nossos próprios erros):

Desde meados do século XX, uma vez encerrado o Concílio Vaticano II, e coincidindo em convergência com o 68 de maio ou maio francês.

Por quê?: Requer uma resposta longa, mas vamos concentrá-la em uma frase. Pela reforma litúrgica especialmente da Santa Missa. Como a Missa não é mais face a Deus, mas face ao homem (ao povo), o efeito imediato é a mudança da mesma FÉ (lex orandi, lex credendi) que coloca o ser humano no topo e bane DEUS para o canto ou ao apêndice da realidade. Para um bom entendedor... (Fonte Adelante La Fe)

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