O "renascimento católico silencioso" da Grã-Bretanha é impulsionado por leigos

20/04/2025

Uma onda silenciosa de conversão e renovação está ganhando força entre os jovens no Reino Unido. 

Mais e mais membros da Geração Z estão vindo para a Igreja em busca de clareza, estabilidade e significado.

(NCRegister/InfoCatólica) No Reino Unido, vários relatórios recentes falam de um "renascimento silencioso" dentro da Igreja Católica, particularmente entre os jovens. À medida que as celebrações da Páscoa se aproximavam, as paróquias de todo o país viram um aumento acentuado na participação e no interesse pela fé.

Meios de comunicação como The Daily Telegraph, The Times e Anglican Ink destacaram manchetes sobre a ascensão católica na Inglaterra. "Há belos sinais de crescimento e renovação na vida da Igreja, especialmente entre as pessoas na faixa dos 20 e 30 anos", disse o arcebispo John Wilson, de Southwark.

Durante a Vigília Pascal, as dioceses de Southwark e Westminster receberam mais candidatos do que o habitual: 450 e 500, respectivamente. Cerca de metade eram catecúmenos em busca do batismo. De acordo com o arcebispo Mark O'Toole, eles "buscam clareza e estabilidade" e encontram na Igreja Católica "uma identidade forte e um ensinamento claro de Jesus".

Uma pesquisa da Sociedade Bíblica descobriu que os católicos já superam os anglicanos entre os jovens crentes no Reino Unido em uma proporção de dois para um. Em 2018, 41% dos participantes litúrgicos regulares eram anglicanos, 23% católicos e 4% pentecostais. Em 2024, esses números mudaram para 34%, 31% e 10%. Além disso, a Conferência Episcopal informou que a participação na missa aumentou de 503.000 em 2022 para 555.000 em 2023, confirmando a tendência de aumento.

As redes sociais têm desempenhado um papel fundamental nesse fenômeno. Luke Lenz, um jovem católico de Kent, diz que o grupo de jovens ao qual ele pertence cresceu de 5 para 30 membros em dois anos. Ele e outros jovens dizem que foram inspirados por criadores católicos que transmitem "valores fortes" e uma visão coerente do mundo. Lenz, que cresceu em ambientes protestantes, descobriu a Igreja Católica há três anos e vê sua doutrina como uma âncora em meio ao caos cultural.

Charles Cole, diretor da Schola do Oratório de Londres, também observou um ressurgimento da vida espiritual: mais jovens estão rezando o Rosário, confessando-se regularmente e mostrando maior maturidade. Ele acredita que o confinamento devido à pandemia e o uso indevido das redes sociais causaram uma sede de verdade, que muitos encontram na tradição e na ortodoxia.

Mark Lambert, co-criador do canal Catholic Unscripted, aponta que esse despertar ocorre principalmente fora da hierarquia. "É a internet e os influenciadores católicos que a impulsionam", diz ele. Em sua opinião, esse renascimento continuará a crescer à medida que mais pessoas se desiludirem com a cultura secular. No entanto, ele adverte que será necessário oferecer coerência doutrinária para que não seja retardado.

Lambert conclama a Igreja: "Devemos pregar o Evangelho, chamar à conversão e ensinar a doutrina com clareza. A cultura clama pela medicina do Evangelho".

Esse fenômeno também é observado em outros países como França, Bélgica e Estados Unidos. De acordo com o comentarista católico Michael Knowles, essa reação espiritual surge diante da "tirania do subjetivismo" e da exaltação do julgamento privado. Surpreendentemente, mesmo no berço do anglicanismo, o catolicismo está sendo revivido.

O filósofo Sebastian Morello observa que muitos jovens, especialmente meninos, buscam nobreza e propósito em um mundo obcecado por si mesmos. Em meio ao vácuo moderno, eles encontram na tradição católica uma alternativa radical. "O que eles buscam", diz ele, "só é encontrado em uma transformação mística dentro do mistério cristão".

E conclui com uma advertência à Inglaterra: diante do colapso do anglicanismo e do crescimento do Islã, o país terá que escolher entre um futuro católico ou islâmico. "Se os ingleses desejam um futuro em continuidade com seu passado, eles devem se reconciliar com a Igreja Católica e assumir o título de Dote de Maria." (Fonte: INFOCATOLICA)

Em 1964, o padre Bouyer escreveu: "O Cânon Romano remonta, como é hoje, a São Gregório Magno († 604). Não há oração eucarística, tanto no Oriente quanto no Ocidente, que, permanecendo em uso até hoje, possa se orgulhar de tal antiguidade! Aos olhos, não só dos ortodoxos, mas também dos anglicanos e até dos protestantes que ainda têm, em...