O próximo papa não terá vida fácil. Difícil. Ele receberá uma Igreja devastada por um pontificado de arbitrariedade, compromissos e gestos ocos.
Por Jaime Gurpegui
Governado com punho de ferro para o bem e luva de seda para os desleais. Sem direção, sem doutrina clara, sem uma bússola que aponte para Cristo. Se ele quiser endireitar o navio, terá que restaurar o que foi demolido sem cerimônia: lei, liturgia, fé, antropologia e moral.
Restaurando a lei: a Igreja não pode ser uma república das bananas
Durante séculos, a Igreja foi sustentada pelo direito canônico, por normas claras que garantiam estabilidade e justiça. Mas o atual pontificado transformou a Igreja em uma espécie de satrapia oriental onde a vontade do monarca vale mais do que a lei. Um dia, uma congregação desaparece. Outro, um bispo, é derrubado sem julgamento. Explicações? As justas. Recurso? Nenhum. Segurança jurídica? Uma piada.
O caso do Opus Dei, por exemplo. Uma instituição que contribuiu com vocações, universidades, escolas, famílias, mas que de repente descobriu que seu prelado é reduzido a moderador só porque sim, porque o papa sentiu vontade. Ou o caso do Sodalício, onde os bons pagam os justos pelos pecadores. Ou os bispos defenestrados por serem muito católicos, como Livieres, Strickland, Daniel Fernández, Dominique Rey e tantos outros.
O próximo papa terá que acabar com essa ditadura de impulsos e restaurar a justiça. Porque sem lei, a Igreja se torna um circo de abuso e medo.
Restaurando a liturgia: chega de guerra contra a Missa de todos os tempos
A guerra foi declarada ao Vetus Ordo. Uma guerra suja e vil, por nenhuma outra razão além de uma alergia ao latim e à tradição. Igrejas fechadas, padres perseguidos, comunidades arrasadas. Embora qualquer extravagância litúrgica seja tolerada nas paróquias progressistas, os fiéis que só querem rezar como sempre rezaram são impiedosamente esmagados.
Por que tanto ódio? Porque a Missa Tradicional é um espelho desconfortável. Mostra o declínio do Novus Ordo sem a necessidade de fazer discursos. Vê-se nos frutos: onde há Vetus Ordo, há vocações, há famílias numerosas, há fé. Onde não, há guitarras, homilias sem graça e seminaristas em camisetas de super-heróis.
O próximo papa terá que restaurar a liturgia. Não por capricho, mas porque sem uma liturgia digna, a fé apodrece.
Restaurando a Fé: Falando Sobre Cristo Novamente
Em que a Igreja acredita hoje? Se alguém confia nos discursos oficiais, em ecologia, imigração, mudanças climáticas e fraternidade universal. Cristo aparece de lado, como uma desculpa distante para falar sobre outra coisa.
Eles pararam de pregar o Evangelho para vender incenso a uma ONG. Não há chamado à conversão, não há condenação do pecado, não há sobrenaturalidade. Resultado? Igrejas vazias, indiferença, apostasia. Por que ser católico se tudo o que você oferece é uma repetição da ONU com um pouco de espiritualidade genérica?
O próximo papa terá que fazer o que se espera de um papa: pregar Cristo, lembrar a necessidade da Cruz, falar do Céu e do Inferno sem medo de ofender as sensibilidades progressistas.
Restaurando a antropologia: Deus criou o homem e a mulher, não 58 gêneros
Você não precisa ser um teólogo para saber disso: Deus criou o homem e a mulher. Ponto. Não há terceiro, quarto ou quinquagésimo oitavo gênero. Mas a Igreja decidiu fechar os olhos para a ideologia de gênero, aceitar sua linguagem, abençoar uniões contrárias à natureza e permitir que padres e bispos adotem postulados contrários à fé com total impunidade.
O Papa chegou a dizer que "a diversidade é um dom" quando questionado sobre questões de gênero. Uma mensagem confusa, ambígua e perigosa. Porque se a Igreja não defender a verdade sobre o ser humano, ninguém o fará. O próximo papa terá que deixar claro que não se pode brincar com a natureza humana sem consequências.
Restaurando a moralidade: chega de relativismo, chega de diluir a verdade
A moralidade católica foi liquefeita ao ponto do absurdo. A comunhão é permitida aos divorciados em adultério, o pecado é visto de outra forma, a sexualidade é banalizada, a linguagem clara é evitada. E, como cereja no topo do bolo, o Catecismo foi manipulado para condenar a pena de morte como "inadmissível", quando a doutrina sempre a considerou legítima.
Isso tem que parar. A Igreja não está lá para se adaptar às modas do mundo, mas para pregar a Verdade, gostemos ou não. O próximo papa terá que recuperar o ensinamento claro e firme sobre a moral católica, sem vergonha ou concessões ao sentimentalismo barato.
Um pontificado de restauração ou um desastre absoluto
O próximo papa terá uma missão titânica: restaurar o que foi destruído em uma década de turbulência. Não se trata de discursos ambíguos ou de pequenas correcções. Será necessária uma reforma total, uma mudança de rumo sem complexos.
Se o fizer, a Igreja ressuscitará com força. Caso contrário, continuará a definhar na irrelevância até que nada reste dele.
Que Deus lhe dê coragem para fazer o que deve. (Fonte: INFOVATICANA)