Parolin, papável de consenso ou continuidade encoberta?

27/04/2025

Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, está emergindo nos círculos eclesiásticos

(Ilustração: Meta AI) Parolin; inimigo da tradição e da Missa Tridentina
(Ilustração: Meta AI) Parolin; inimigo da tradição e da Missa Tridentina

Por Aurora Buendía 

como um dos candidatos mais bem posicionados para suceder o Papa Francisco.

No entanto, por trás de sua imagem de moderado institucional esconde-se uma figura profundamente ligada às reformas mais discutidas do atual pontificado, especialmente aquelas que enfatizaram a unidade doutrinal e litúrgica da Igreja.

Discípulo do cardeal Achille Silvestrini – um ícone da ala liberal da Cúria Romana – Parolin foi treinado nos círculos diplomáticos do Vaticano sob a tutela do cardeal Casaroli, a força motriz por trás da controversa Ostpolitik. Sua passagem por Caracas, em plena era Chávez, fortaleceu sua proximidade com Jorge Mario Bergoglio, que o reabilitou em 2013 depois de anos nas sombras durante o pontificado de Bento XVI. Desde então, a Parolin tem sido uma peça-chave na consolidação do "modelo bergogliano".

Uma liturgia tradicional em destaque

Um dos aspectos mais controversos de sua carreira é sua hostilidade à liturgia tradicional. Segundo várias fontes eclesiais, ele teria declarado diante de um grupo de cardeais: "Devemos terminar esta missa para sempre", aludindo ao usus antiquior defendido pelo Summorum Pontificum. Seu papel na gestação do motu proprio Traditionis custodes, que restringe severamente a Missa Tridentina, tem sido central e demonstra um compromisso explícito com a supressão de toda dissidência litúrgica em favor de uma uniformidade pós-conciliar.

Pactos secretos com a China e escândalos financeiros

Outro episódio que manchou a reputação de Parolin é o acordo opaco assinado com o regime comunista chinês em 2018, que dá ao Partido o poder de propor bispos. As consequências foram dramáticas: bispos clandestinos marginalizados, igrejas demolidas e submissão eclesial a um Estado abertamente hostil à fé. O cardeal Zen o acusou diretamente de "vender a Igreja ao governo comunista", e o cardeal Müller enfatizou que "com o diabo você não faz um pacto".

A gestão econômica de Parolin também tem sido objeto de sérios questionamentos. O escândalo do prédio de Londres - adquirido com fundos do Óbolo de Pedro e revendido com prejuízo - repercutiu em sua comitiva imediata. Embora seu colaborador mais comprometido tenha sido o cardeal Becciu, a responsabilidade estrutural recai sobre o secretariado que ele chefia, e a operação levantou suspeitas sobre sua capacidade de garantir uma administração transparente e eficiente.

Compromisso com a moralidade progressista

Parolin mostrou uma propensão para agendas internacionais estranhas à doutrina católica tradicional. Sua presença em reuniões do Grupo Bilderberg ou sua recepção a figuras do ativismo LGBT internacional, como o jurista argentino Raúl Zaffaroni, ilustram sua simpatia por certas correntes do pensamento globalista. Embora revestidas de diplomacia, essas ações foram interpretadas como gestos simbólicos que comprometem a coerência moral da Igreja.

De Amoris Laetitia a Fiducia suplicans, Parolin tem sido um defensor ferrenho da reconfiguração moral promovida por Francisco. Ele apoiou seu registro como um magistério autêntico e a implementação de interpretações ultraliberais, como a admissão à comunhão dos divorciados recasados. Na opinião de muitos, essa posição rompe a continuidade com a doutrina moral de Paulo VI e João Paulo II, gerando um novo paradigma que enfatiza o ensinamento perene da Igreja.

Embora se apresente como uma figura de consenso, Parolin na verdade representa a continuação meticulosa e administrativa do projeto bergogliano. Longe de encarnar um ponto de inflexão, sua eleição consolidaria as reformas mais divisivas da etapa atual, sem o estilo caótico de Francisco, mas com igual eficácia. Sua eventual eleição como papa seria, mais do que uma transição, uma intensificação silenciosa da virada progressista iniciada em 2013.

Se sua candidatura fosse bloqueada por um grande grupo de cardeais, ele e sua camarilha já teriam preparado seus candidatos que poderiam administrar e controlar à vontade, como fizeram até agora, e manter esse poder escondido nas sombras. (Fonte: INFOVATICANA)

Doutora da Igreja, Padroeira da Itália, lutou pela Cristandade e promoveu Cruzada contra os infiéis.

A moral católica, com suas raízes profundas na tradição bíblica e no ensinamento de Jesus Cristo, desempenhou um papel crucial na formação da civilização ocidental e continua a ser uma bússola para milhões de pessoas em todo o mundo. Ao longo dos séculos, a Igreja Católica moldou o pensamento ético e moral, influenciando leis, costumes e a...