A Fraternidade São Pio X (FSSPX) publicou uma mensagem oficial por ocasião do 50º aniversário da Declaração de 21 de novembro de 1974.
Por que a adoração eucarística é necessária?
Hoje gostaria de falar sobre um importante costume cristão: a adoração ao Santíssimo Sacramento. No Santíssimo Sacramento Jesus Cristo está presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Nós o adoramos na Santa Missa, cujo momento central é o da transubstanciação, em que o sacerdote pronuncia as palavras que transformam o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Jesus. No sacramento da Eucaristia o Corpo e o Sangue de Jesus estão verdadeiramente presentes, de forma real e substancial.
Por Roberto De Mattei
A devoção ao Santíssimo Sacramento é imposta a todos os fiéis na Santa Comunhão recebida durante a Missa. Entende-se por Santíssimo Sacramento as espécies eucarísticas que são preservadas no tabernáculo após a celebração do Sacrifício da Missa. A Santíssima Eucaristia também pode ser exposta fora do Tabernáculo após a Missa, por exemplo, nas Quarenta Horas, que consistem na exposição do Santíssimo Sacramento aos fiéis por um certo número de horas consecutivas. Geralmente é feito no início da Quaresma.
Mas a adoração eucarística pode ser feita igualmente em qualquer época do ano, mesmo todos os dias. Os párocos mais devotos e fervorosos têm o hábito de celebrar a adoração do Santíssimo Sacramento à noite em suas paróquias, que em muitos casos dura uma hora e termina com uma bênção solene. As ordens e congregações religiosas dedicadas à adoração do Santíssimo Sacramento são inúmeras. No centro de Roma, por exemplo, há uma Igreja do Santíssimo Sacramento, um instituto religioso fundado em 1856 por São Julião Eymard, cujo túmulo está nesta igreja. Nessa igreja há adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento.
Jesus pode ser adorado na exposição solene do Santíssimo Sacramento, mas também podemos adorá-lo em silêncio todos os dias, em qualquer igreja, diante dos tabernáculos muitas vezes abandonados que contêm as espécies eucarísticas. E também podemos adorá-lo em nossos corações, a qualquer hora do dia, no que seria uma adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento. Ao adorar o Santíssimo Sacramento, adoramos Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, mas também adoramos o próprio Deus. Com efeito, a Hóstia, como afirma o Padre Faber, "é também uma imagem da imensidão de Deus. Por causa da sua imensidão, Deus está presente em todos os mundos: Jesus está em cada Hóstia, Deus está inteiro em todos os cantos do mundo, Jesus em cada fragmento da Hóstia" (Il Santo Sacramento, Marietti, Turim-Roma, 1922, p. 36).
A mensagem de Fátima recorda-nos a necessidade de adorar para reparar os pecados do mundo.
Em 1916, antes das aparições da Virgem, o Anjo de Portugal ou Anjo da Paz apareceu três vezes aos três pastorinhos de Fátima, Lúcia, Francisco e Jacinta. Na terceira aparição, que aconteceu numa vila chamada Cabeço, ao lado da casa dos pais de Lúcia. Os três pastorinhos viram o anjo com um cálice na mão esquerda, sobre o qual estava suspensa uma hóstia da qual caíam algumas gotas de sangue sobre o cálice. O anjo deixou o cálice e a hóstia suspensos no ar, prostrou-se no chão com as crianças e repetiu três vezes a seguinte oração: "Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, Eu vos adoro profundamente e vos ofereço o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os tabernáculos do mundo, em reparação pelos ultrajes com que se ofende. Pelos infinitos méritos do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores".
Então levantou-se e, tomando o cálice e a hóstia, deu a comunhão a Lúcia, Jacinta e Francisco, dizendo-lhes: "Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, terrivelmente ultrajados por homens ingratos. Reparai as suas faltas e consolai o vosso Deus".
Desta forma milagrosa as crianças celebraram a Primeira Comunhão.
Então o anjo prostrou-se no chão e repetiu a mesma oração à Santíssima Trindade com os três pastores, e desapareceu. A irmã Lúcia comenta: "Arrebatados pela força sobrenatural que nos envolvia, imitamos o anjo em tudo: também nos ajoelhamos e fizemos a mesma oração. A força da presença de Deus foi tão intensa que nos absorveu e dominou quase completamente."
Nas aparições do anjo não há a ternura que caracteriza as da Virgem; A seriedade domina, e quase diríamos a gravidade. Prostrando-se no chão, o anjo nos lembra que a criatura não é nada e Deus é tudo, o único Deus verdadeiro, o Deus em três Pessoas. O mistério da Trindade é o primeiro e maior mistério da religião cristã, e não é possível abordá-lo sem prostrar-se no chão. O anjo também nos lembra que Jesus Cristo está presente e deve ser adorado em todos os tabernáculos do mundo em reparação pelos pecados da humanidade. Ele explica que os corações mais sagrados de Jesus e Maria estão inseparavelmente unidos e devem triunfar sobre o pecado. A glória de Deus é ofendida, almas são perdidas e precisamos fazer a reparação através de orações e sacrifícios. O foco de nossas orações deve ser a salvação das almas e a glória de Deus.
A Oração do Anjo é mais do que um compêndio de teologia; Apresenta um amplo panorama teológico da história, pois nos diz que vivemos num tempo – e muito mais hoje do que em 1917 – em que Deus é ofendido, sua lei é violada e seus fiéis perseguidos, mas que com a ajuda de Deus e de sua Santíssima Mãe (pilares da Eucaristia no famoso sonho de São João Bosco) a Igreja triunfará. A oração do anjo à Trindade deve ser repetida diariamente, mas o mais importante é participar do seu espírito de adoração. E que melhor maneira de fazê-lo do que de joelhos, aos pés do Tabernáculo? (Fonte: Adelante La Fe)
Durante a Eucaristia, a Rainha será lembrada e o Senhor será rezado para permitir que os católicos a tenham como intercessora, para unir espanhóis e latino-americanos no mesmo ideal de santidade. O rito moçárabe foi restaurado enquanto o confessor da rainha, o cardeal Francisco Jiménez de Cisneros, era bispo de Toledo.